Foto: Uarlen Valério/O TEMPO
CPI CONVOCA EX-PRESIDENTE DA BHTRANS PARA EXPLICAR REPASSE DE R$220 MILHÕES
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, instaurada na Câmara Municipal de Belo Horizonte, convocou, nesta quinta-feira (16), o ex-presidente da BHTrans Célio Bouzada para prestar depoimento sobre “a exposição dos usuários de transporte público de BH ao vírus da Covid-19 durante a pandemia, bem como outras informações sobre o tema.” A oitiva ficou marcada para a próxima quinta-feira (23).
Célio Bouzada foi presidente da BHTrans de 2017 a 2020, no primeiro mandato do prefeito belo-horizontino Alexandre Kalil (PSD) e deixou o cargo no começo deste ano.
Ao comentar o requerimento de convocação do ex-presidente da BHTrans, o presidente da CPI, vereador Juliano Lopes (Agir), parabenizou os autores da peça, o vereador Nikolas Ferreira (PRTB) e a vereadora Flávia Borja (Avante), e destacou também o foco na apuração sobre o repasse de R$ 220 milhões da PBH às empresas de ônibus durante à pandemia.
“Um tema que realmente precisa ser esclarecido, principalmente no repasse de R$220 milhões às empresas de ônibus”, ressaltou Lopes.
O foco das duas CPIs que ocorrem na Câmara Municipal de Belo Horizonte - a que investiga irregularidades na BHTrans e a que apura gastos da prefeitura durante a pandemia - estará nos R$ 220 milhões que foram antecipados pelo Executivo às empresas de ônibus para amenizar o impacto da queda de arrecadação durante as medidas de restrição da pandemia.
Lopes ainda cobrou a prefeitura sobre o número de ônibus disponíveis em horário noturno.
“Olha o absurdo! A Prefeitura estendeu o comércio de bares e restaurantes e os funcionários desses estabelecimentos não estão tendo transporte para voltar para a casa, a prefeitura não está fiscalizando o acordo que ela fez com as empresas de ônibus. Além de receberem um repasse absurdo, as empresas de ônibus cortaram o transporte noturno”, cobrou.
O relator da CPI, vereador Irlan Melo (PSD), aproveitou para sinalizar a convocação também do atual presidente da BHTrans, Diogo Prosdocimi. Nenhum requerimento para a convocação do executivo ainda foi apresentado, o que deve ocorrer nas próximas reuniões. Ainda não há data marcada para oitiva.
Não é a primeira vez que a CPI da Covid vai entrar em assuntos inerentes à mobilidade. O colegiado já ouviu anteriormente o próprio Célio Bouzada, mas, segundo Juliano Lopes, alguns requerimentos não foram respondidos pelo Executivo, o que requer um trabalho maior para chegar às causas e às consequências desses valores.
A CPI da Covid tem aproximadamente mais 60 dias de trabalho, já que, por regimento, ela deve encerrar em 16 de novembro.
Com informações do jornal O Tempo