Secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, fala sobre vacinação com doses de reforço e variante delta em MG. — Foto: Sérgio Leite / TV Globo
MG COMEÇA A APLICAR DOSE DE REFORÇO EM SETEMBRO; VARIANTE DELTA 'VAI PREDOMINAR' NO ESTADO
A variante delta já é predominante nas amostras de coronavírus que passam por estudo genômico em Minas Gerais, de acordo com o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (26), ele disse que o estado vai começar a aplicar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para idosos e imunossuprimidos em setembro.
Segundo Baccheretti, dentro das 200 amostras de casos positivos de coronavírus estudadas por semana em Minas Gerais, a maioria já é causada pela delta – antes, a variante gama era a predominante.
Atualmente, 101 casos da cepa estão confirmados no estado, dos quais dois evoluíram para óbito.
"Em números absolutos parece pequeno, mas proporcionalmente o que estamos vendo é que a maior parte das amostras são delta. É um novo capítulo da pandemia. A expectativa que temos é que a delta vai predominar no estado", afirmou o secretário, ressaltando que todas as vacinas são eficazes contra a variante.
"Temos que usar máscara, distanciamento, lembrar que a guerra não acabou, para que consigamos encontrar imunidade de rebanho em outubro, novembro, quando teremos 70% das pessoas (vacinadas) com duas doses. Não tem remédio novo, não tem tratamento novo, o que temos é vacinação e os cuidados já habituais da pandemia", disse Baccheretti.
DOSE DE REFORÇO
Minas Gerais vai começar a aplicar, em setembro, a dose de reforço para idosos e imunossuprimidos, conforme anunciado nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Saúde. No mesmo mês, adolescentes com e, depois, sem comorbidades devem ser imunizados – o estado tem cerca de 1,7 milhão de habitantes de 12 a 17 anos.
Minas recebe mais 714.230 doses de vacina contra a Covid-19
Segundo Baccheretti, os primeiros a receberem as vacinas de reforço serão os idosos de 80 anos ou mais. À medida que mais doses chegarem, a faixa etária será reduzida até alcançar todo o grupo acima de 60 anos. Este grupo equivale a cerca de 70% dos óbitos por Covid-19 registrados em Minas atualmente.
"A expectativa que temos de vacinas recebidas da Pfizer para setembro (em torno de 7 milhões) é suficiente para que todos os adolescentes tomem a sua vacina e também para que a gente comece o reforço de idosos", diz o secretário.
A expectativa do Ministério da Saúde é que as doses de reforço sejam aplicadas a partir de 15 de setembro, mas municípios que estiverem com a imunização mais avançada e tiverem doses disponíveis podem iniciar antes. De acordo com Baccheretti, metade das cidades do estado vai chegar ao público de 18 anos ainda neste mês.
"Hoje a maior preocupação que nós temos é com o idoso, porque a resposta imunológica do idoso é mais baixa em relação à vacina e já tem seis meses que eles tomaram. O Ministério da Saúde está nos pedindo para vacinar todas as pessoas de 18 anos (ou mais) primeiro, é o que estamos fazendo, mas já temos muitas vacinas disponíveis. Quanto antes a gente conseguir iniciar a vacinação dos idosos, menor a pressão (no sistema de saúde) e menor o número de óbitos", disse.
O secretário explicou que as doses de reforço devem ser de tipos diferentes das aplicadas nas primeira e segunda vezes. No Brasil, há três plataformas diferentes de imunizantes: Coronavac; AstraZeneca e Janssen; e Pfizer.
"A dose de reforço deve ser dada por uma plataforma diferente. Então, para quem tomou Coronavac, o reforço vai ser ou AstraZeneca, Janssen ou Pfizer. Para quem tomou AstraZeneca, o reforço poderá ser dado com Coronavac ou Pfizer", pontuou.
Ainda segundo Baccheretti, a expectativa é que todos, independentemente da idade, recebam a dose de reforço em algum momento.
"Vencendo idosos e imunossuprimidos, iremos vacinar por tempo. Quem tomou (a vacina) há seis meses, depois (quem tomou) há cinco, quatro. Vamos seguindo nesse caminho. Todos receberão o reforço da vacina, até quem está recebendo hoje vai chegar ao momento oportuno de tomar o reforço".
Com informações do portal g1