Mina da Alegria, da Vale, em Mariana (MG). — Foto: Vale / Divulgação
MP APONTA QUE APENAS 14% DAS BARRAGENS A MONTANTE EM MG VÃO SER DESCOMISSIONADAS ATÉ 2022
Até fevereiro do ano que vem, as 56 barragens de Minas Gerais, construídas no método a montante, devem ser descaracterizadas. Mas um estudo do Ministério Público aponta que apenas oito vão passar pelo processo a tempo.
O estudo também apontou que outras 15 precisarão de mais oito anos além do prazo, que foi definido pela Política Nacional de Segurança de Barragens, em vigor desde o ano passado.
A partir de agosto, o Ministério Público vai acompanhar toda a situação em tempo real, por meio de uma central de monitoramento de barragens. O MP quer saber, em detalhes, se existem razões técnicas para o descumprimento do prazo para descaracterizar estas estruturas, consideradas perigosas.
O alteamento a montante é feito com a colocação de camadas de rejeito de minério, uma em cima da outra. Estas estruturas são consideradas por especialistas menos seguras e mais propensas a acidentes.
As barragens de Fundão, em Mariana, que se rompeu em 2015 e a do Córrego do Feijão, que estourou em Brumadinho, em 2019, usavam este método.
A barragem do Xingu, em Mariana, que foi interditada pela Superintendência Regional do Trabalho, também foi construída a montante e, segundo a Vale, passava por processo de descaracterização.
Segundo o Ministério Público, até hoje, apenas três barragens foram totalmente descomissionadas no estado.
As mineradoras que não fizerem as obras a tempo podem ser multadas em até R$ 1 bilhão. Se houver algum acidente, o valor pode até dobrar.
Com informações do portal g1