Imagem de manifestantes que pedem justiça para a morte de George Floyd, em 28 de março de 2021 — Foto: Octavio Jones/Reuters
COM JÚRI ESCOLHIDO, ACUSAÇÃO ABRE JULGAMENTO DE POLICIAL QUE PROVOCOU MORTE DE GEORGE FLOYD
Um dos julgamentos mais importantes da história recente dos Estados Unidos tem início nesta segunda-feira (29), após um longo e complexo processo de seleção do júri.
Derek Chauvin, o policial branco que provocou, em maio do ano passado, a morte do cidadão afro-americano George Floyd, ao se ajoelhar sobre seu pescoço durante nove minutos, começará finalmente a ser julgado em Minneapolis, no norte dos Estados Unidos.
As declarações de abertura da acusação e da defesa estão agendadas para esta segunda-feira. Na sequência, serão ouvidas as testemunhas e terão início os interrogatórios. Esta parte do julgamento deve durar de duas a quatro semanas, seguida pelos argumentos finais. Só então o júri iniciará a deliberação, esperada para maio.
O júri levou 11 dias para ser constituído. Cerca de 300 pessoas participaram de uma complexa seleção. Foram escolhidos 15 jurados, entre eles, quatro negros, duas multirraciais e nove brancas. Uma pessoa deve ser dispensada e duas ficarão de suplentes. Segundo especialistas, esse júri já é muito mais diversificado do que costume nos julgamento em Minneapolis, onde 74% da população é branca.
ACUSAÇÕES E DEFESA
Derek Chauvin, de 45 anos, que estava há 19 anos na polícia, enfrenta acusações de homicídio doloso e homicídio culposo - ou seja, com e sem intenção de matar - e de assassinato de terceiro grau, que na justiça brasileira é similar à lesão corporal seguida de morte. Ele foi demitido e está em liberdade condicional desde outubro, depois que pagou fiança de US$ 1 milhão.
Chauvin se declarou inocente e alegou que, para abordar Floyd, seguiu corretamente o treinamento policial. Esse também deve ser o argumento da defesa, que vai tentar convencer o júri de que a vítima morreu por estar sob efeito de drogas. Floyd, de 46 anos, foi abordado por quatro policiais em Minneapolis, sob alegação de que havia usado uma nota falsa de US$ 20.
A acusação deve argumentar que a violenta ação de Chauvin, em 25 de maio de 2020, não foi um exceção, mas uma estratégia utilizada por ele durante todo o tempo em que esteve na polícia. Há registros de pelo menos outros seis incidentes anteriores à morte de Floyd, nos quais o ex-policial imobilizava as pessoas pelo pescoço ou se ajoelhava em cima delas.
Se condenado por assassinato em segundo grau, Chauvin pode pegar até 40 anos de prisão, 25 anos por homicídio em terceiro grau e até 10 anos por homicídio culposo. Os outros três policiais que participaram da operação também foram demitidos, mas serão julgados separadamente em agosto.
Com informaçaões do portal g1.