Vacina combate o HPV, que está associado a vários tipos de câncer. Foto: Renan Viana/Universidade do Estado do Pará
A vacina do papilomavírus humano (HPV) reduziu os casos de câncer de colo de útero em 87% entre as mulheres no Reino Unido que receberam a vacina entre 12 e 13 anos, de acordo com um novo estudo.
Essas novas descobertas são baseadas em dados de acompanhamento de um programa de vacinação do Reino Unido iniciado em 2008. As cepas do HPV que são transmitidas por contato sexual são extremamente comuns em todo o mundo, e a maioria das pessoas é infectada em algum momento da vida, geralmente logo após se tornar sexualmente ativo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A pesquisa publicada pela revista cientifica The Lancet, no dia 3 de novembro, monitorou a base de dados de casos de câncer de colo de útero em mulheres britânicas entre 20 a 64 anos, no período de 2006 e 2019.
A vacina bivalente Cervarix contra HPV passou a ser aplicada no Reino Unido em jovens de 12 e 13 anos a partir de 2008 . Além disso, o país adotou uma campanha para atualização vacinal das meninas de 14 a 18 anos até 2010.
Além de reduzir as taxas de câncer de colo de útero em 87% das mulheres. A vacinação apresentou uma queda brusca no número de casos da doença sendo 34% para as adolescentes entre 16 e 18 anos, 62% para as de 14 a 16 anos e 87% para as mais novas, de 12 e 13 anos.
“Estimamos que em 30 de junho de 2019 havia 448 menos câncer de colo de útero do que o esperado e 17.235 menos casos de CIN3 do que o aguardado em grupos vacinados na Inglaterra”, destaca o estudo.
O câncer de colo de útero é a segunda neoplasia maligna mais comum na população feminina mundial.
No Brasil, é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo superado apenas pelo câncer de pele não melanoma, mama e colorretal, e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. Estima-se cerca de 16 mil novos casos e uma média de 5 mil mortes por ano.
VACINAÇÃO DE HPV NO BRASIL
O papilomavírus humano (HPV) está associado ao desenvolvimento da quase totalidade das neoplasias de colo de útero, bem como a diversos outros tumores em homens e mulheres. A vacinação contra HPV é uma das intervenções mais efetivas para prevenir a infecção por esses vírus e o desenvolvimento de tumores relacionados ao HPV.
No Brasil, atualmente, existem dois imunizantes aprovados Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em todo o país: o quadrivalente - protege contra 6, 11, 16 e 18 os tipos da doença - e o bivalente que garante proteção contra o HPV 16 e 18.
Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos podem tomar a vacina gratuitamente no SUS. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
Outros grupos etários podem dispor das vacinas em serviços privados, se indicado por seus médicos.
De acordo com o registro na Anvisa, a vacina quadrivalente é aprovada para mulheres entre 9 a 45 anos e homens entre 9 e 26 anos, e a vacina bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos. No momento, as clínicas não estão autorizadas a aplicar as vacinas em faixas etárias diferentes às estabelecidas pela Anvisa.
Ambas as vacinas possuem maior indicação para meninas e meninos que ainda não iniciaram a vida sexual, uma vez que apresentam maior eficácia na proteção de indivíduos não expostos aos tipos virais presentes nas vacinas.
Com informações do jornal O Tempo
